Criado para incentivar a adesão de sistemas de geração de energia alternativa no campo, o Programa Agro energia é uma linha de financiamento direcionado para diferentes perfis de produtores rurais e de abrangência nacional. Através desse programa, projetos de energia renovável podem receber até 100%, levando mais inovação, tecnologia e sustentabilidade para o agro.
Preparamos esse artigo para você saber mais sobre essa iniciativa, as vantagens para o produtor e para o meio ambiente e o que você precisa fazer para fazer parte do Programa Agro energia.
A criação de estratégias para financiar energia limpa no campo não é uma novidade. Em 2005, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou a primeira edição do Plano Nacional de Agroenergia, válido de 2006 a 2011. O documento, produzido em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), tinha como objetivo dar um panorama dos programas de pesquisa, parcerias institucionais, mercado e cadeia produtiva de biocombustíveis. Além disso, fundava a Embrapa Agroenergia, uma unidade descentralizada de pesquisa que permitiu criar redes nacionais e multidisciplinares de pesquisa, desenvolvimento e inovação ligada à temática.
Para que esse Plano Nacional de Agroenergia pudesse funcionar, foram estabelecidos alguns fundamentos:
Tais fundamentos buscavam dar conta de estratégias voltadas para quatro grandes grupos de produção energética: etanol e co-geração de energia provenientes da cana-de-açúcar; biodiesel de fontes lipídicas (animais e vegetais); biomassa florestal e resíduos; e dejetos agropecuários e da agroindústria. Isso possibilitou a criação de uma matriz da agroenergia brasileira:
Fonte: Embrapa
A partir daí, foi possível estabelecer o encadeamento ideal para a produção de energia no agro:
Fonte: Embrapa
As diretrizes do programa também foram estabelecidas ainda em 2005 e abrangem três vertentes:
Quanto às fontes de financiamento, o Plano Nacional de Agroenergia deixava evidente que o suporte financeiro viria de fontes orçamentárias do tesouro nacional, do Fundo Nacional de Pesquisa em Agroenergia, de parcerias, fundos de suporte à pesquisa, royalties, taxas tecnológicas, rendimentos financeiros e muito mais. Mas muita coisa mudou desde então.
Graças aos esforços e pesquisas desenvolvidas após o Plano Nacional de Agroenergia, em 2017 foi criado o Programa Agro Energia do Banco do Brasil. O objetivo do programa é o financiamento de usinas capazes de gerar energia alternativa renovável, especialmente de fontes solar, eólica e biomassa.
Um dos principais benefícios dessa linha de crédito é a possibilidade de gerar créditos que compensam empresas que distribuem energia, mas o foco também está em fortalecer a utilização de energia limpa, a autossuficiência na geração de energia, a transferência de energia ao campo, além da redução dos custos de produção e da ampliação dos negócios do setor pecuário.
Os resultados têm se mostrado promissores: na Safra 2016/2017, por exemplo, foram mais de R$311 milhões financiados em 1.650 contratos, 98% deles voltados para energia fotovoltaica e 2% para biomassa. Desse total, 24,5% foram destinados à agricultura familiar, 1,1% para o médio produtor e 74,4% para outros modelos de empreendimentos agrícolas.
Para conseguir que seu projeto seja financiado pelo Programa Agroenergia é preciso, em primeiro lugar, conhecer o que pode receber os recursos. São duas categorias principais:
Uma vez definida a categoria, é necessário conhecer as normativas da Aneel. São elas:
Fonte: Natturis
Em seguida, é preciso descobrir em qual linha de crédito seu negócio se encaixa. Elas estão listadas e resumidas abaixo, mas recomendamos que procure a mais adequada para você e conheça-a à fundo:
As fontes de energia alternativas são uma maneira de aumentar a rentabilidade, diminuir os custos com energia elétrica e contribuir para uma produção mais responsável e sustentável. Não é por acaso que diversas instituições suportam o Programa Agro energia e reconhecem produtores inovadores quando o assunto é geração de energia renovável. E você, já sabe quando vai começar seu projeto?
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