O conhecimento do ciclo fenológico da soja é uma ferramenta poderosa ao produtor. Com ela, o mesmo pode estipular prazos para a colheita, momentos de manejos específicos ao estádio fenológico atual da planta e se preparar para a próxima safra e também para as safrinhas.
Geralmente, termos como semi-precoce, precoce, tardia ou muito tardia são impostos às cultivares da soja para se referir ao período de desenvolvimento da planta no campo. Porém, para se referir a uma maturidade relativa dentro de uma faixa de ambiente e latitude onde ocorre o plantio da soja no Brasil, essas classificações não estão sendo usuais. Surgem então os grupos de maturação da soja.
Já conhece o termo? Não?! Leia nosso material e se informe sobre essa nova classificação!!
Os grupos de maturação da soja são parâmetros baseados na latitude que apontam a região onde determinada cultivar de soja se desenvolve de forma mais rápida ou mais tardia. Esses parâmetros são respostas obtidas pela planta em torno da exposição à luz, os manejos culturais e a adaptabilidade da soja à área.
A maturação da soja está embasada na somatória dos seus dias de crescimento vegetativo e reprodutivo, sendo o número final de dias o ciclo completo do desenvolvimento da planta. Dentro dessa base, o fotoperíodo é um fator extremamente importante na separação das cultivares pela GM, visto que a soja é uma planta com resposta sensível à exposição à luz.
Como foi dito anteriormente, a soja é uma planta com resposta sensível ao fotoperíodo e isso varia conforme a cultivar plantada e o local de plantio. Em locais com a duração do dia menor, consequentemente menor exposição ao fotoperíodo, a soja pode ter seu ciclo adiantado e com isso, a redução do seu tamanho, o que impacta na produtividade final.
Esses locais tendem a ser mais próximos à linha do Equador e em verão, como seus dias possivelmente são menores, as cultivares que são passíveis de uso nessas áreas são as compreendidas no GM (grupo de maturação) 8 a 10, pois são cultivares que terão menor incidência de luminosidade, com período de desenvolvimento mais longo e hábito de crescimento indeterminado.
Já uma cultivar apontada com GM 5 a 7, está localizada na região Centro-Sul do Brasil e uma com o desenvolvimento característico de GM 7 a 8.5, nas regiões de Cerrado.
Os grupos de maturação se dividem da seguinte forma:
Essas classificações auxiliam o produtor na escolha da variedade a ser plantada em sua propriedade, de acordo com a localização de sua propriedade perante as faixas de latitude e os grupos de maturidade.
Considerando as variações climáticas, topológicas e ambientais do Brasil, a Embrapa Soja apresentou ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que mais tarde foi aprimorada por especialistas, uma divisão por regiões edafoclimáticas e macrorregiões sojícolas, com o intuito de pesquisa e indicação de cultivares de soja.
Nessa divisão, composta por 5 macrorregiões e 20 regiões edafoclimáticas, o objetivo é a indicação da cultivar perante à sua RE e MS específica. Nas figuras a seguir, temos o mapa do Brasil com as divisões das RE’s e MS’s e uma relação com a área apresentada das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste/Norte.
A relação entre os grupos de maturação, as regiões edafoclimáticas e macrorregiões sojícolas está ligada na padronização das cultivares produzidas nas determinadas regiões onde são apontadas, visto que em determinadas áreas uma cultivar apontada poderia ser considerada como tendo seu ciclo precoce e em outra área seu ciclo tardio, gerando discordância nas informações entre produtores, especialistas e profissionais.
As cultivares plantadas geralmente são escolhidas conforme as preferencias do produtor, as características climáticas de sua área e também por sua preferência. Quesitos com relevância que os produtores podem levar em consideração no ato da escolha são:
As cultivares mais plantadas podem ser divididas em:
Algumas cultivares apresentadas como indicadas para o cultivo dentro da GMS (Grupo de Maturação de Soja) são:
A EMBRAPA em seu portfólio apresenta mais cultivares para as demais RE demonstradas no mapa.
Como visto ao longo do material, o conhecimento do ciclo da soja é realmente imprescindível para uma produção adequada. Com a ciência dos grupos de maturação e as RE e MS, o produtor consegue se adequar melhor para com as cultivares apresentadas ao seu cenário.
Esses novos termos surgem com o intuito de padronizar as zonas de produção de acordo com o ciclo da planta, a fim de evitar confusões de informações em encontros entre produtores e manter uma linha de raciocínio única.
A adequação a esse processo é conforme o nível de instrução do produtor, sendo necessário e recomendado auxílio técnico para que não haja erradas adequações no espaço de cultivo.
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Saiba como funciona a comercialização da soja brasileira
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https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/40705/1/kasterp.231-235.pdf
http://www.fundacaomeridional.com.br/soja/regioes-edafoclimaticas