As Zonas de Manejo, também conhecidas por Unidades de Gestão Diferenciadas (UGDs), são sub-regiões definidas dentro de uma mesma área, sendo possível enxergar através delas as áreas com maior e menor potencial produtivo do talhão, possibilitando manejos mais assertivos conforme as características de cada área.
Cada zona deve apresentar características similares, diminuindo ao máximo a variabilidade interna e buscando um único manejo uniforme, fazendo com que os fatores limitantes a produtividade sejam os mesmos ao longo de cada UGD.
Toda essa análise refinada da área sintetiza uma grande quantidade de dados obtidos ao longo de safras consecutivas, resultando em um manejo específico.
Para que se tenha uma boa elaboração da UGD é de extrema importância usar dados de produtividade como os mapas de colheita ou de outras informações que possam mensurar indiretamente a variabilidade dos cultivos, como os obtidos com sensoriamento remoto ou proximal, levando em consideração diversas safras, para que a partir de dados estáveis coletados ao longo do tempo possa-se ser mais assertivo na tomada de decisão.
A coleta de dados do ambiente de produção também é muito importante, como relevo e propriedades do solo, os quais podem explicar a variação na produtividade e direcionar intervenções específicas. Dados topográficos e de sensores, como altimetria ou condutividade elétrica, têm se destacado como camadas eficazes na geração das UGDs.
A maior vantagem dos métodos que utilizam zonas de manejo em relação aos demais é o fato de serem capazes de agregar dados históricos da área em diferentes camadas e traduzi-los em uma informação relevante à tomada de decisão ou distribuição de coletas de amostras como solo, plantas, raízes etc.
Imagine que você necessita aplicar fertilizantes em taxa variável e precisa entender as variabilidades da área para gerar recomendações direcionadas. Uma das metodologias pode ser aplicar uma grade regular que coloca 1 ponto de coleta de solo a cada 3 hectares, mas essa metodologia não leva em consideração as variabilidades de produtividade, biomassa, relevo e outras características da região, podendo ter menos assertividade e maior custos com coletas se comparado com áreas onde as UGDs já estão bem estabelecidas.
Como principais benefícios das Zonas de manejo, tem-se:
Para a elaboração das zonas é importante que os dados usados tenham influência sobre o potencial produtivo da área e que possuam certa estabilidade temporal na área. Os dados mais utilizados são:
Existem tipos de dados que não são muito adequados para usarmos na elaboração das Zonas de Manejo, principalmente devido à variabilidade de teor do atributo no tempo, alguns exemplos são:
Existem diversas técnicas computacionais que são capazes de combinar dados e agrupar em zonas espaciais que apresentam certa características mais estáveis. A técnica de clusterização, mais especificamente o método de K-Means, é um dos mais utilizados no processo da geração das UGDs ou Zonas de Manejo.
Existem diversos softwares de SIG (Sistema de Informação Geográfica) que podem auxiliar na geração destas zonas, como o plugin gratuito Smart-Map para QGis e uma série de plataformas e softwares pagos com foco em agricultura de precisão.
Gostou desse conteúdo? Então deixa um comentário abaixo e continua nos acompanhando para ficar por dentro das novidades com novos artigos todas as semanas.
Molin P. Definição Unidades de Manejo A Partir de Mapas de Produtividade
Pusch, M.; Machado, T.P.; Amaral, L.R. Introdução a Agricultura de Precisão, 03/2019
Criação Zonas de Manejo: https://www.youtube.com/watch?v=sOOwyUNHz5g&ab_channel=AgriculturaDigital