Hoje em dia existem inúmeras formas e equipamentos que podem ser utilizados na coleta para a amostragem de solos, confira!
Existe um famoso ditado que nos diz que a gente sempre colhe o que planta, não é mesmo?
Mas será que tal pensamento realmente é verdade? Nós, seres humanos, desenvolvemos a arte de cultivar alimentos no solo, mas nem tudo o que plantamos acaba nascendo, pois a poeira infértil é muito fácil de achar. No entanto o solo fértil que faz crescer nossos alimentos é muito difícil de encontrar.
Logo, tão importante quanto a semente, é a escolha do solo no qual se deseja plantar.
Dessa forma, vamos entender um pouco mais sobre a qualidade do solo?
Por que analisar o solo?
Conhecer a fertilidade do solo das áreas agrícolas é fundamental para qualquer produtor rural, pois os atributos do solo são distribuidos de forma diversa ao longo do terreno, ou seja, podem variar muito em pequenas distâncias no seu talhão, o que pode acarretar em uma falta de nutrientes do solo e consequentemente uma diminuição da produtividade.
O principal objetivo da análise de solo é conhecer a fertilidade dos solos através da amostragem, na qual é realizado um diagnóstico de pequenas frações do solo indicando as necessidades físicas e químicas de cada hectare.
Com a amostragem pela área investigada, existem técnicas que permitem mostrar as necessidades químicas de cada parte do talhão, dessa forma sendo capaz de realizar recomendações de adubo e correção do solo com o intuito de garantir uma produtividade e lucratividade maior para sua lavoura.
Amostragem de Solo no campo.
Como realizar essa amostragem de solo?
O primeiro passo é a delimitação de áreas de amostragem pela lavoura de forma mais proporcional possível, em relação a topografia, vegetação, produtividade, entre outros fatores, orienta-se que essas áreas não ultrapassem 10 hectares por amostra, a fim de ter uma precisão maior na interpolação dos dados para os restante do perímetro.
O segundo passo é distribuir a coleta de amostras pelas glebas definidas, quanto mais amostras por glebas, maior será sua precisão, contudo seu custo de análise laboratorial e o tempo gasto na coleta das amostras será maior.
Essas amostras podem ser georreferenciadas e indicar a posição exata de cada deficiência química que o solo apresenta, dessa maneira é possível criar mapas de nutrientes no solo, porém é valido ressaltar a importância da densidade de pontos, pois ela afeta diretamente na qualidade dos dados.
Pela figura abaixo é evidente que o lado B apresentará uma precisão maior dos dados do solo do que o lado A, em virtude de o número de amostras coletadas ser maior, deste modo é necessário encontrar um equilíbrio entre o número de amostras e seu custo de operação.
Alocação de Pontos de amostragem. Lado A com pontos centrais de cada gleba e Lado B com mais pontos por gleba.
O terceiro e último passo é a coleta dos pontos em campo com o envio ao laboratório onde será feita a análise de diversos parâmetros como, pH, textura, porosidade e disponibilidade de macro e micro nutrientes.
Em cada ponto de modo geral, é necessário retirar da superfície folhas, gravetos e restos de culturas com o intuito de não prejudicar a qualidade da amostragem.
Os métodos mais tradicionais de coleta de solo indicam a coleta entre 10 e 20 cm do perfil do solo, regiões onde os nutrientes entram em contato com as raízes, após esse procedimento a amostra é colocada em um saco plástico, sendo então catalogada com as informações de campo e enviada ao laboratório.
Agora que você já conhece como funciona o processo de análise do solo, vamos conhecer os equipamentos para tal, desde os mais tradicionais ao mais inovadores.
Equipamentos de amostragem
Hoje em dia existem inúmeras formas e equipamentos que podem ser utilizados na coleta de solo. Dentre os equipamentos mais tradicionais temos:
Enxadão
Pá reta
Trado Calador
Trado Holandês
Trado Fatiador
Trado de Caneca
Trado de Rosca
Sonda
Tipos de Trados. Fonte: Sonda Terra.
Os equipamentos mais acessíveis são o enxadão e a pá reta, no entanto este tipo de equipamento não assegura uma uniformidade nas amostras de solo, demandando uma experiência maior do operador.
Os trados são os equipamentos mais práticos e mais rápidos, podendo exigir um maior esforço do operador, entretanto garantem uma qualidade maior das amostras coletadas em cada ponto.
Os trados garantem que o volume das amostras e profundidade de coleta no solo sejam iguais, o que é de extrema importância na análise dessas amostras.
A principal diferença entre os equipamentos de trado é método em que as amostras de solo são coletadas e armazenadas no próprio equipamento.
Por exemplo, o Trado de Rosca armazena o solo no formato de rosca, enquanto o Trado Calador e de Caneca mantem a fração do solo em forma de cilindro, já os Trados Holandês e Fatiador armazenam o solo em formas de fatias.
O tipo de trado que pode ser usado irá depender muito do tipo de solo e compactação do mesmo, o mais indicado para solos bem compactados é o trado de rosca, devido a sua facilidade de operação.
Equipamentos mais modernos
Quando trabalhamos com um número muito grande de amostras, precisamos operacionalizar o trabalho, garantindo um padrão nas coletas sem prejudicar a qualidade das amostras.
Para isso temos equipamentos mais práticos e modernos, como amostradores elétricos, hidráulicos ou pneumáticos.
Os amostradores elétricos são bem práticos, porém não apresentam uma potência muito grande sendo usado em solo pouco compactado.
Amostrador Elétrico. Fonte: Saci Soluções.
Para casos onde o solo é bem compactado e pesado, é necessário um equipamento mais robusto, como amostradores hidráulicos ou a combustão. Como esse tipo de equipamento é mais pesado, ele vem sendo acoplado em veículos, como tratores e quadriciclos.
Amostrador Hidráulico integrado a um quadriciclo, Fonte: Saci Soluções.
Soluções bem inovadoras já existem, certas empresas já fornecem este tipo de produto integrado, pronto para a utilização no campo, como visto na figura acima.
Os fertilizantes e corretivos estão entre os maiores custos de implantação e manutenção de uma lavoura, podendo chegar a 30% do custo variável total da fazenda em algumas regiões. Nós fizemos um artigo bem informativo sobre os custos de produção da soja e outro sobre milho, dá uma conferida nos links abaixo:
Saber gerenciar bem a fertilidade e correção do solo é fundamental para alcançar boas produtividades e rentabilidades no final da safra, pois com ela é possível que as aplicações de fertilizantes e correção do solo sejam muito mais eficazes.
O importante é que você entenda suas necessidades e verifique quais dos equipamentos de análise de solo demostrados no artigo se encaixa melhor a sua realidade no campo.
Lembre-se da importância que a análise de solo tem no planejamento da sua lavoura, logo, vale a pena investir seu tempo e recursos financeiros nesse método de manejo.
Deixe aqui nos comentários se você conhecia algum desses equipamentos e o que você acha do uso da tecnologia no campo.
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Carlos Ribeiro
set 17, 2021
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